Por Maria Militão
Quantas vezes ouvimos essa pergunta dos nossos alunos, não é mesmo?
Pois é, algo que deveria ser “normal”, fisiológico, se tornou mecânico e imposto. A verdade é que o próprio Sr. Pilates não falava muito e nem dava tantos detalhes em relação a respiração, ele simplesmente dizia… ”Respire, faça o ar entrar e sair… Simplesmente, respire…”
Mas nem por isso ele dava menos importância a tal ato, muito pelo contrário, não haviam regras, mas era um dos focos principais de sua abordagem.
“Respirar é o primeiro e o último ato da vida. Nossa vida depende disso. Já que não podemos viver sem respirar, é tragicamente deplorável contemplar os milhões que nunca aprenderam a arte de respirar corretamente”. (Pilates e Miller, 1998, p.13)
Como vimos acima, a respiração é vital, portanto esse é um princípio fundamental para a aplicação do método.
Claro que com o passar dos anos e com as pesquisas científicas, muita coisa foi descoberta e acrescentou bastante a comunidade do Pilates.
Sabe-se que através da respiração nosso corpo responde biomecânicamente realizando movimentos específicos quando INSpiramos e quando EXpiramos.
Ao realizar a INSpiração, vê-se o trabalho do diafragma e dos intercostais externos, os quais são responsáveis pela expansão da caixa torácica, ou seja, na inspiração forçada podemos notar uma leve extensão de toda a coluna.
Ao realizar a EXpiração, vê-se o trabalho dos abdominais e dos intercostais internos, os quais são responsáveis pela diminuição do diâmetro da caixa torácica, ou seja, na expiração forçada podemos notar uma leve flexão de toda a coluna.
Diante deste raciocínio, podemos afirmar que o movimento facilita a respiração e ao mesmo tempo a respiração facilita o movimento.
Por exemplo, se eu preciso trabalhar a extensão de coluna em um cliente com hipercifose, eu usaria a INSpiração no momento da extensão da coluna torácica para facilitar e aumentar a amplitude desse movimento, já no caso de um cliente com uma hiperlordose, eu usaria a EXpiração no momento da extensão de coluna, para limitar o movimento e proteger a região da lombar.
Não existe uma respiração completamente correta para os exercícios, ela é somente um instrumento facilitador ou desafiador durante a execução. Por isso é importante conhecer o objetivo da respiração no determinado exercício e que exista uma troca gasosa eficiente, nem muito profunda e nem muito superficial.
Segundo Joseph Pilates, durante a respiração o sangue deve “fluir com um vigor renovado”.
Portanto, use e abuse de seus conhecimentos anatômicos, biomecânicos e fisiológicos, mas acima de tudo não se esqueça de RESPIRAR , inspirando apenas coisas boas e expirando todas as coisas ruins, fazendo assim uma renovação de corpo, mente e espírito.
Maria Militão
Educadora física com especialização em Ginástica Postural
Idealizadora e diretora técnica do Körper Studio Pilates que hoje é um centro de cursos e formação no método.